Chefes

Chefes (*) não são pessoas normais!

Aliás, desconfio que alguém normal nunca chegará a chefe.

O desequilíbrio mental é, de certeza, um requisito básico aquando da nomeação.

Mas há outras características importantes como a capacidade de estragar o dia às pessoas, perderem as estribeiras por qualquer motivo parvo, fazerem questão de mostrar que são a pessoa que mais trabalha (o que implica que cheguem ao escritório de madrugada e que não saiam antes das nove da noite), o histerismo (este é tanto mais valorizado quanto mais aguda for a voz), pensarem que podem achincalhar as pessoas por dá cá aquela palha, acharem que todas as pessoas são incompetente e/ou inúteis e terem uma dificuldade crónica em elogiar o trabalho dos outros ou admitir que está bem feito.

Há ainda outros requintes de malvadez que lhes dão ainda mais pontos (vulgo, mais dinheiro) como serem as únicas criaturas que se dão ao trabalho abrir as propriedades de todo e qualquer documento para ver em que domínio foi criado (é este tipo de "trabalho" que os faz ficar tanto tempo no escritório), terem paranóias de confidencialidades que os fazem alucinar se a porta da sala não está "hermeticamente" fechada, baterem constantemente com auscultador do telefone como se todas as pessoas do outro lado da linha fossem os maiores "pain in the ass", sofrerem de afrontamentos e serem alérgicos ao ar condicionado o que leva a que no Inverno se tenha de vestir mais uma camisola (polar) e no verão se sue em bica.

And the last but not the least, têm de ser "control freaks" mas fingirem que são pessoas porreiras. Controlam minuciosamente não só o trabalho (de preferência indirectamente que é para ver se passam despercebidos) mas também as férias, as horas de entrada e de almoço. Curiosamente esquecem-se de reparar na hora de saída. Vá lá... não podemos pedir tudo!

(*) as que conheço. Tenho a sensação que os homens são mais razoáveis mas, infelizmente, só tive chefes mulheres.